Mas o anjo lhe disse: “Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus! Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre o povo de Jacó; seu Reino jamais terá fim”. (Lucas 1.30-33)

Era óbvio que Maria estava assustada com o que acontecia. Afinal de contas, quem é que espera a visita de um anjo? O que possivelmente a deixava ainda mais assustada era que, além da visita, o anjo falava com ela.

A visita do anjo a Maria era o início de uma mudança histórica. Tanto ela quanto o mundo nunca mais seriam os mesmos: “Você será mãe,” disse o anjo. Que notícia agradável para Maria… Que notícia agradável para o mundo!

O presente para a jovem moça era extremamente peculiar. Em primeiro lugar, porque Maria era virgem. Como todos nós sabemos, é humanamente impossível conceber um filho nesta condição, no entanto, era exatamente isso que aconteceria com Maria. Em segundo lugar, porque o bebê que a virgem daria à luz era o Messias, ou seja, Cristo.

O povo judeu, do qual José e Maria faziam parte, aguardava com muito anseio e otimismo pelo Redentor. Foi sobre Ele que o anjo Gabriel disse a Maria:

Você porá o nome de Jesus. Jesus vem do nome hebraico Yeshua, bastante comum naquele tempo. Ele significa Javé salva (1). Numa situação posterior, quando o anjo conversou com José, ele explicou o porquê do nome: você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mateus 1.21). O bebê que Maria daria à luz levaria consigo o divino propósito de proporcionar a salvação: Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23).

Ele será chamado Filho do Altíssimo. A expressão Altíssimo era comum entre os judeus do primeiro século como sinal de reverência a Deus. Maria entendeu muito bem essas palavras, cujo significado aponta para o caráter de seu filho: Jesus seria como o Pai.

O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. A antiga monarquia de Israel não existia mais. No entanto, o filho de Maria era descendente daquele com quem Deus havia feito uma aliança, Davi: sua dinastia e seu reino permanecerão para sempre diante de mim (2 Samuel 7.16). Deus é fiel às Suas palavras (2).

Ele reinará para sempre sobre o povo de Jacó. Além da conservação da dinastia de Davi, a aliança de Deus prometia o cetro e a coroa para um rei que governaria para sempre sobre o povo de Jacó (nação de Israel). Dessa forma, somente alguém eterno era apto para esta posição.

Seu Reino jamais terá fim. Os evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João mostraram com clareza a realeza e a divindade de Jesus. Somente alguém cuja essência fosse a mesma de Deus poderia satisfazer as características anunciadas pelo anjo a Maria.

Todas as descrições do anjo apontavam para um evento inigualável: Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós (João 1.14). A Palavra era o próprio Deus: No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus (João 1.1 – Grifo meu). Jesus era o próprio Deus encarnado!

Você consegue perceber quem é a pessoa exaltada no texto bíblico? O anjo, Maria ou Jesus? Você consegue notar quão especial é Jesus Cristo, o Filho do Altíssimo?

Isso porque Jesus era e é o próprio Deus. Antes do anúncio do anjo a Maria, dezenas de pessoas escreveram a respeito dEle com detalhes e precisão incríveis (veja Lucas 24.27,44). Eu, particularmente, não tenho fé suficiente para crer em outra coisa senão nas Escrituras Sagradas, que me apresentam o incrível filho de Maria, Jesus, para que eu, maravilhado, seja rendido à necessidade mais básica de todo ser humano: relacionar-me com o Criador.

O verdadeiro Natal nos conduz a avaliar nosso relacionamento com o Pai, por meio do relacionamento que temos com o Filho, Jesus Cristo. Como está o seu?

UMA ORAÇÃO:

“Senhor Deus, não sei bem ao certo como está meu relacionamento contigo. Por favor, ajude-me a avaliar-me segundo a tua Palavra. Amém.”

  1. Javé é a forma portuguesa de dizer Yahweh, cuja tradução em nossas Bíblias é SENHOR (no Antigo Testamento).
  2. Ainda que a frase “Deus é fiel” soe como um clichê, ela é verdadeira. No entanto, o equívoco popular é dizer que Deus é fiel às pessoas, quando, de fato, Deus é fiel a Ele mesmo, às Suas próprias palavras.

Este texto é Capítulo 2 do devocional “O Natal Verdadeiro – 12 Reflexões Bíblicas e Natalinas segundo o evangelho de Lucas“, criado por Thiago Zambelli, e publicado originalmente em www.nataldeverdade.com.br. Compartilhado com a devida autorização do autor.

Deixe uma resposta