Ontem (10/09/2020) vi no Twitter do Jonathan Silveira uma história contada por Andrew Solomon, em seu livro O demônio do meio-dia, de um chef de cozinha bem-sucedido que tentou se suicidar. Recuperando-se em seu leito de hospital no dia seguinte, ele declarou:

“Não sei por que eu quis morrer, mas posso lhe dizer que ontem isso fazia muito sentido para mim. Eu chegara à conclusão de que o mundo seria um lugar melhor sem mim. Pensei que estava tudo acabado e vi como poderia libertar minha mulher, como seria melhor para o restaurante, como seria um alívio para mim. É isso que é tão estranho, que a ideia parecesse tão óbvia, boa, sensata”. (“O demônio do meio-dia“, Andrew Solomon, p. 255).

Ao ler esse relato me lembrei de um trecho do livro “Ídolos do Coração”, em que Elyse Fitzpatrick brilhantemente afirma que:

“Sempre escolhemos o que parece bom, mesmo quando é evidentemente mau. Suponha que eu chegue à conclusão de que o mundo seria melhor sem mim. Começo a considerar o suicídio. Embora seja difícil imaginar o benefício de minha não existência, começo a gostar da ideia. Tenho prazer em pensar sobre as pessoas que ficariam tristes com minha morte. Penso em como a vida deles seria melhor se eu não estivesse por perto. Sonho em descansar e me livrar de meus problemas. Quanto mais contemplo os aparentes benefícios de minha morte, mais anseio por ela. A única coisa que me impede de me matar é o bem da autopreservação. Tudo dentro de mim diz em alta voz que o fim de minha existência não é algo bom, mas começo a amar essa ideia e a ter prazer nela. Caso venha a cometer suicídio, não o farei porque escolhi de propósito algo que parece mau, embora eu saiba que o suicídio é pecado. Eu o farei porque creio que será o bem maior: o fim de todos os meus problemas e a liberdade absoluta. Para a pessoa que comete suicídio, a morte parece mais prazerosa que a vida” (Ídolos do Coração, Elyse Fitzpatrick, pp. 94/95).

Esses dois textos evidenciam duas verdades que precisam ser lembradas todos os dias:

1. Os sentimentos negativos são passageiros

Como bem pontuou Jonathan Silveira, em seu tweet, “os sentimentos negativos em relação ao futuro não são definitivos. Como já disseram, ‘o suicídio é uma solução duradoura para um problema com frequência temporário’”.

2. Os sentimentos positivos podem ser enganosos

O pecado nunca se apresenta como algo ruim. Quando cometemos algum pecado é porque o confundimos com retidão. Por isso, precisamos ficar atentos. Quando surgirem sentimentos positivos em relação a algo que sabidamente é ruim, isso é um sinal claro de que precisamos de ajuda.

Felizmente o chef de cozinha, por ter sobrevivido, teve a oportunidade de perceber quão errada e insensata foi a sua decisão de tirar a própria vida. Infelizmente, muitos não tem a mesma sorte e acabam se matando na ilusão de que estão fazendo o melhor para si e para o mundo. Meu amigo, não caia nessa mentira.

Você não está sozinho

Se você estiver passando por um momento como esse, de pensar ou cogitar que sua morte é a solução para seus problemas, ou que isso faria do mundo um lugar melhor, procure ajuda. Busque um amigo de confiança, um pastor, e converse sobre esses sentimentos.

Charles Spurgeon já dizia:

“Frequentemente é um alívio maravilhoso ser capaz de expor sua tristeza (…) é algo muito doce aliviar o fardo de seu coração”

Charles Spurgeon

Resista à tentação de tirar a própria vida. Não perca o futuro que você ainda pode conhecer. Talvez sua esperança esteja desmantelada, talvez destruída. Porém, uma visão mais ampla, uma história maior existe em Jesus. Agarre-se à Ele e derrame sobre Ele toda sua dúvida, seu medo, seus sentimentos. Ele pode e lhe dará descanso.

“Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.

Mateus 11:28

Se quiser, pode me procurar. O link para meu Whatsapp está no rodapé esquerdo da página, estou à sua disposição para conversar. Você não está sozinho. Não desista! Não caia na armadilha de pensar que o suicídio é a melhor saída. Não é, e nunca será!

Kerwin Mayer

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